Marcia Barros: Conciliação de pessoas: a habilidade capaz de mediar conflitos no núcleo familiar.

Nas relações interpessoais, os conflitos às vezes são inevitáveis, podendo surgir em qualquer espaço. Da esfera pública aos ambientes privados, a forma como as pessoas lidam umas com as outras, bem como a maneira que resolvem seus desentendimentos, impacta diretamente na felicidade, no bem-estar e até no sucesso de alguém.

No mundo contemporâneo, cercado de transformações sociais, a conciliação de pessoas, técnica utilizada desde a Idade Média para que as partes em conflito se reúnam com terceiros imparciais, a fim de discutirem suas diferenças, ocorre nas mais variadas áreas com objetivo de encontrar soluções mutuamente satisfatórias.

Mediadora de conflitos há mais de uma década, Marcia Barros é instrutora de conciliação e mediação na área familiar, com vasta experiência, tendo atuado como agente comunitária e facilitadora das Oficinas de Parentalidade do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Ao auxiliar famílias em situação de conflito, Marcia ajuda as pessoas promovendo o autoconhecimento, disponibilizando ferramentas que auxiliem no entendimento das situações pelas quais estejam enfrentando.

“O autoconhecimento é utilizado de forma muito incipiente e sempre com perguntas reflexivas, levando cada uma das partes a compreender e falar de seus próprios sentimentos”. “Por meio da recontextuali-zação, uma das ferramentas utilizadas na conciliação de pessoas, são retiradas todas as falas negativas das partes, devolvendo o conteúdo de uma forma mais leve e prospectiva”.

Ao prestar consultoria individualizada ou para casais, a mediadora afirma que seu maior diferencial está na experiência adquirida, dia após dia, atuando diretamente em situações desafiadoras. Segundo Márcia, o maior benefício da mediação é o restabelecimento do diálogo entre as partes, fazendo com que elas consigam se ouvir, distanciando-se da própria ótica: “Entendo que o outro também tem a sua verdade, e restabelecer o diálogo é a nossa função principal enquanto mediadores”.

Por acreditar no poder que as histórias têm em inspirar pessoas, Márcia atua de forma preventiva em escolas e demais instituições levando uma visão positiva dos conflitos. Palestras sobre empoderamento feminino e nas áreas de parentalidade estão entre os principais assuntos abordados por ela.

“O conflito vivido pelos pais pode gerar um impacto negativo em seus filhos, visto que eles são espelhos e modelos de seus genitores. Nas palestras sobre parentalidade, abordo situações que requerem necessidade de apoio especializado, como a alienação parental”.

Sobre o empoderamento feminino, Márcia destaca que descobriu o tema durante sua participação em um grupo de leitura do Distrito Federal: “No Clã Toca das Lobas, fazíamos a leitura do livro “Mulheres que Correm com os Lobos”, de Clarissa Pinkolas Estes, a partir daí trouxe a proposta de leitura da obra para a minha cidade e, posteriormente, com mais outras três integrantes demos início ao Clã das Lobas do Cerrado, grupo que está em atividade até hoje”.

Entre tantos projetos que desenvolve, Márcia não se cansa de promover ações que visem trazer mais qualidade de vida para as pessoas, idealizadora do Coletivo Reconecta DF, @coletivoreconectadf, cujo propósito é divulgar “coisas boas”, sejam pessoas, empresas ou ações que acontecem na cidade de Ta-guatinga, onde mora, ela segue espalhando sementes por onde passa, fortalecendo relações e criando conexões.

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