No divã da precificação

Precificação é um exercício de autoconhecimento

No divã da precificação

Como precificar com segurança produtos e serviços?

Essa é aquela famosa pergunta que 99,9% dos meus clientes me fazem, ao procurarem pela Mentoria.

E eu já começo dizendo o seguinte: precificação não é planilha ou fórmula mágica. Também não é algo fácil, como olhar apenas para grama do vizinho. Precificação demanda análise, atenção e sim, dá trabalho (e fica o alerta para quem diz o contrário, vendendo superficialidade). 

Mas antes de tudo, precificação é um exercício de autoconhecimento. É, pode sentar no divã, porque lá vem sessão terapia! 

Pensa comigo: como você vai ter segurança do preço que pratica, se não sabe dizer qual o valor do que você vende para o seu cliente? Se você não sabe qual transformação você gera na vida de quem consome seu produto ou serviço? 

É, eu sei que esse papo de transformação já está um pouco cansado, mas eu queria que você pensasse nisso da forma mais prática possível. Por exemplo: você já passou pela experiência de comprar um pão de queijo em uma padaria ou cafeteria e ele estar ruim (queimado, duro, “massudo”)? Eu corro 4 vezes por semana, e quando como um pão de queijo ruim, penso em 5km de corrida que desperdicei! Afinal de contas, por que eu comprei o pão de queijo? Porque eu estava com forme. Mas o quê eu buscava pedindo aquele pão de queijo e não uma empada, por exemplo? Eu buscava saciar o meu desejo, buscava ter um momento de prazer, associado às lembranças que um bom pão de queijo com café me trazem! E ao comer um pão de queijo ruim, ele não gerou em mim nenhuma transformação e não atendeu as minhas expectativas. E no final, eu provavelmente vou pensar: “ainda paguei R$ 5,00 nisso!”. Isso quer dizer: o valor que eu recebi pelo que comprei, foi menor que o preço que paguei.

Por isso, eu quero te dizer o seguinte: antes de tudo, o preço está em você, empreendedora. Como você se enxerga como profissional? E como você quer ser vista por seus parceiros, seus clientes e pelo mercado? Qual imagem você quer passar de você e do seu negócio? E por fim, qual o valor que você enxerga que o seu produto ou serviço tem? Afinal de contas, se você não souber responder essas perguntas, como o seu cliente saberá?

Tanto nos negócios quanto na vida, a forma como nos posicionamos tem relação direta com a segurança que sentimos a respeito de determinado tema. E para nos posicionarmos de forma clara, é preciso desenvolver o autoconhecimento. Porque a partir desse ponto, você vai saber o que quer comunicar. E a precificação é uma das formas de comunicar ao cliente a mensagem que você quer transmitir através do que você oferta.

Ah, e eu queria reforçar o seguinte: quando eu falo de posicionamento, não estou me referindo a alto ticket (ou seja, produtos ou serviços caros e exclusivos). Se você quer vender uma refeição simples, acessível e aconchegante, você, seus funcionários e toda a comunicação do seu negócio devem refletir esse posicionamento. Ou se você quer vender vestidos de festa exclusivos, únicos e feitos sob medida, que sejam a concretização de um sonho em uma peça, tudo o que seu negócio é também deve transmitir esse posicionamento.

Por isso, antes de começar a fazer contas e mais contas, ou de sair pesquisando (ou copiando) os preços dos concorrentes, olhe para dentro. Quando você souber de fato como quer se posicionar e tiver segurança para falar sobre a transformação que você gera e o valor que isso tem, aí sim você terá dado o primeiro passo para um trabalho de precificação consciente e estratégico.

E que você siga em frente! Dia a dia, passo a passo. Sempre em movimento!

Por Débora Freire
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