TATUAGEM ERRADA, MESA DE BAR E PROFESSORA DE FRANCÊS

Desde que comecei a assistir a série Outlander há uns três anos e ouvi o lema do clã Fraser “je suis prêt”, essa expressão não saiu mais da minha cabeça. Muitas mudanças aconteceram desde então, e em março desse ano visitei Paris e já voltei decidida que iria tatuá-la em meu braço, significa “estou pronto”. Fui convidada para o que seria minha primeira live, e quando terminou eu ouvi: “você já nasceu pronta”. Na mesma semana, no dia do lançamento do livro Somos F*das em Niterói, ouvi mais uma vez de uma outra pessoa que tinha acabado de me conhecer: “você já nasceu pronta”. Não pairavam mais dúvidas. Precisava tatuar. Pesquisei inúmeras vezes para ter certeza de que não haveria diferença do masculino para o feminino, procurei meu tatuador em Nova Friburgo e enfim tatuei: “je suis prêt”. Naquele mesmo dia e por total acaso do destino sentei em um bar que nunca fui e comecei a conversar com uma moça que havia acabado de conhecer sobre o Livro Somos F*das, falando dos lançamentos, das viagens e que havia amado Paris. Amei tanto que olha, quero muito estudar francês e fiz até uma tatuagem em francês, significa “estou pronta”! Um minuto de silêncio. Ela olhou para minha tatuagem, olhou para mim e com toda gentileza e cuidado do mundo me disse:

“- Então, eu acho que está faltando uma letra na sua tatuagem. Sou professora de francês, deixa eu pesquisar.”

Ela me confirmou: – está faltando mesmo, “estou pronta” é “je suis prête”. Dei uma gargalhada. Não acreditei que depois de meses e meses pensando e pesquisando cuidadosamente a respeito da tatuagem eu havia feito errado. E mais ainda, que obra era essa do universo, do acaso, do destino, que no exato dia que eu tatuo uma expressão em francês errada, eu sento a mesa de bar totalmente inusitada, conheço uma moça puxo assunto com ela, mostro minha tatuagem, e ela, “coincidentemente” professora de francês, corrige? Que força maravilhosa é essa que sempre proporciona oportunidades para corrigirmos os erros e fazer diferente? Eram mais de nove da noite. Liguei para o tatuador e disse que precisava apenas incluir uma letra “e” no final da minha tatuagem. Pronto. Tatuagem resolvida, restou a reflexão: só tive a oportunidade de corrigir imediatamente minha tatuagem porque eu estava na vida. Mais que isso. Eu estava aberta. Tão aberta que comecei rapidamente a falar sobre mim. Pronta para viver, para sentir, para amar, para degustar a vida em todos os seus sabores.”

“Eu estava aberta. Tão aberta que comecei rapidamente a falar sobre mim. Pronta para viver, para sentir, para amar, para degustar a vida em todos os seus sabores.”

RHAYANNE LOUBACK – @rhayanne_louback

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