Saiba o que é, como funciona e quando usar a “ROPA” ou os óvulos e útero da mesma parceira
A fertilização in vitro (FIV) trouxe uma nova esperança para casais homoafetivos femininos que desejam ter filhos. E se o casal deseja realizar o sonho de ter o filho por meio da fertilização é preciso, antes de tudo, saber que existe duas abordagens principais que são utilizadas na fertilização de casais homoafetivos femininos: a ROPA (Recepção de Óvulos de Parceira) e o uso do óvulo e útero da mesma parceira.
A ROPA é uma técnica também conhecida como gestação compartilhada, onde uma das parceiras fornece o óvulo, que é fertilizado com “sêmen” doado, e a outra parceira fornece o útero para a gestação.
“Esta técnica permite que ambas as parceiras participem ativamente do processo de concepção e gestação, vivendo juntas e intensamente cada etapa do processo”, explica o especialista em Reprodução Humana, Dr. Paulo Gallo de Sá, ex-presidente da SBRH (Sociedade Brasileira de Reprodução Humana) e diretor da SGORJ (Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do rio de Janeiro).
A outra abordagem envolve o uso de óvulos e útero da mesma parceira. Neste caso, os óvulos de uma das parceiras são fertilizados com sêmen doado e então implantados no útero da mesma parceira.
“Uma das principais dúvidas dos casais é sobre qual o melhor óvulo para utilizar, de qual das parceiras? Geralmente nós recomendamos usar o óvulo da parceira mais jovem. Mas isso não é obrigatório”, esclarece o Dr. Gallo que complementa, “é importante salientar que, de acordo com a resolução do Conselho Federal de Medicina, a doação de sêmen não pode ter qualquer caráter lucrativo no Brasil”.
Existem duas maneiras principais de se obter o sêmen doado: a primeira é usar o sêmen de um parente de até quarto grau de uma das parceiras, desde que não haja consanguinidade. A outra é usar sêmen anônimo de doador.
“A FIV abriu novas possibilidades para casais homoafetivos femininos que desejam ter filhos. Com a ajuda da Reprodução Humana é possível navegar pelas opções e decidir o melhor caminho a seguir para cada casal”, finaliza o médico.
Sobre o Dr. Paulo Gallo
É o diretor-médico da Clínica Vida-Centro de Fertilidade, com graduação em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia). Possui Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mestrado em Ginecologia pela mesma instituição e é professor assistente da disciplina de Ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Além disso, é professor da Pós-Graduação em Endoscopia Ginecológica da Universidade Suprema/ Instituto Crispi de Cirurgias Minimamente Invasivas e da Pós-Graduação em Reprodução Humana Assistida, uma parceria Vida – Centro de Fertilidade e I D’Or. É especialista em Reprodução Humana pela FEBRASGO/AMB, membro da Comissão Nacional Especializada em Reprodução Humana da FEBRASGO, chefe do Setor de Reprodução Humana do Hospital Universitário da UERJ foi presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) no período de 2021 a 2023 e é diretor da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do rio de Janeiro (SGORJ).
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