Vamos repensar sobre RELAÇÃO, algo tão antigo e ao mesmo tempo tão atual, o tempo todo estamos nos relacionando, nossa vida é feita de relacionamentos. Afinal, já dizia o grande poeta Vinícius de Moraes, “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”.
Quando crianças, aprendemos a andar, aprendemos a falar, porque não podemos aprender ou até mesmo reaprender a nos relacionar, e por que essa dita “arte” dá tanto trabalho?
Ficar na zona de conforto, conhecer os defeitos, as qualidades, ponderar, respirar, não discutir, não ousar, não atravessar aquela linha tênue entre a serenidade e a intensidade. O amor sereno? Será que ele existe. Ou será meramente uma zona de conforto, onde criamos expectativas dizendo que isso vai longe.
Casa, trabalho, amigos, churrasco no final de semana, filhos, cachorro, gato, almoço na casa da sogra, bodas de ouro. Quando há uma convivência saudável e equilibrada, ganha-se paz de espírito, saúde e felicidade.
Será que existe relacionamento ideal? A promessa do relacionamento ideal, os estereótipos criados pela sociedade historicamente são bem complicados de achar. Sem cobranças então é, na verdade, quase impossível! Mas a questão não é essa. A questão é que qualquer relacionamento — que não seja sobre conflito — é marcado por algum grau de compromisso com o outro. Seja um relacionamento com amigos, colegas de turma, vizinhos ou parentes. Se você vive deixando seus amigos te esperando na porta do cinema, você pode deixar de ser amigo em muito pouco tempo.
As relações requerem trabalho, requerem mandar uma mensagem para sua mãe quando chegar na casa do amigo, requerem avisar se você não vai poder ir em algum lugar, requerem dar uma ligada para avisar que chegou bem, requerem alguma responsabilidade e consideração em relação ao outro.
Devemos sempre buscar dentro de nós mesmos, e lembro sempre que o auxílio de um especialista sempre torna essa tarefa mais objetiva e mais fácil. Cada um tem que saber o quanto está a fim de investir em cada relação, o que você espera construir ao lado daquela pessoa. Mas achar que é possível viver com outra pessoa – veja, viver qualquer coisa, um rolo, um namoro, uma amizade – sem ter nenhum compromisso é falta de consideração com a outra parte, isso não é amar a pessoa.
Criar as próprias regras do seu relacionamento é uma ideia muito legal. Decidir se vocês querem exclusividade ou não, se faz diferença para vocês ou não que um ligue para o outro para dizer o que vai fazer no final de semana, se querem conhecer família e amigos ou não. Mas sempre vai existir algum nível de cobranças e responsabilidades, porque ter um laço com outra pessoa significa ter algum carinho e consideração. Os primeiros implicam os segundos.
Então, o mito do relacionamento sem cobranças não passa de um mito porque é um relacionamento em que uma das partes está decepcionada com a outra, em que uma pessoa não liga, não está a fim de se esforçar. O mito é uma narrativa, cheia de fantasia de algo que poderia ser, mas a prática de um relacionamento requer esforço, requer vontade e responsabilidades. Estas não são ruins, simplesmente mostram que você se importa, e que esse se importar é um gostar que está para além do plano das ideias. E reforço novamente, a forma mais eficaz de consolidar um relacionamento saudável é buscando ajuda e uma forma de aprender a se relacionar todos os dias.