Desde que apareceu pela primeira vez no rela-tório da Organização das Nações Unidas*, em 2004, a sigla ESG (Ambiental, Social e Governança) nunca mais saiu do radar do mercado e, de lá para cá, vem transformando o posiciona-mento das organizações.
Fundamentada nos pilares Ambiental, Social e Governança, a ESG trata-se de um conjunto de critérios e diretrizes adotados pelas empresas para avaliar e melhorar seu impacto no meio ambiente, na sociedade e em suas próprias es-truturas de governança corporativa.
No aspecto ambiental, o ESG concentra-se na forma como as empresas lidam com questões relacionadas ao meio ambiente, levando-as a adotar práticas de negócios consideradas mais verdes. Na dimensão social são avaliados como as empresas interagem com as partes interessadas, incluindo funcionários, clientes, comunidades locais e fornecedores. A estrutura e o funcionamento da organização, incluindo o conselho de administração, a tomada de decisões, a transparência, a ética e a prestação de contas, ficam a cargo da governança.
Para compreender como equilibrar os interesses financeiros de curto prazo com preocupações mais amplas relacionadas ao meio ambiente, à sociedade e à ética nos negócios, a Revista Conecta convidou a Mestre em Direito Internacional Privado e em Contratos e Empresas, Catarina Zuccaro.
(RC) Qual a importância das boas práticas de ESG para a sociedade:
No âmbito das políticas públicas, os princípios de Ambiental, Social e Governança (ESG) têm ganhado destaque crescente. Não apenas como um compasso moral, mas como um indicador vital de sustentabilidade e responsabilidade corporativa a longo prazo.
(RC) Como o comprometimento das empre-sas com uma pegada ecológica pode colabo-rar com ações de preservação do meio ambi-ente?
Políticas públicas bem estruturadas, que incentivam práticas empresariais sustentáveis, têm o potencial de transformar setores inteiros, levando a inovações e redução do impacto ecológico. O comprometimento das empresas não apenas beneficia o meio ambiente, mas também pode ser visto como um indicativo de visão de futuro e responsabilidade.
(RC) Como as empresas podem reduzir a vola-tilidade e os riscos associados priorizando o bem-estar e os direitos de seus funcionários, comunidades e partes interessadas?
A diversidade e a inclusão têm sido reconhecidas como motores chave para a inovação e a resiliência no mundo dos negócios. Em um mundo cada vez mais globalizado, as organizações que demonstram sensibilidade cultural e inclusão são mais propensas a ter sucesso em mercados diversificados.
(RC) Na prática, como as organizações podem beneficiar a sociedade com as práticas de di-versidade e inclusão?
A contratação de pessoas em situação de vulnerabilidade social é uma das maneiras de fortalecer a coesão comunitária e oferecer oportunidades de crescimento e desenvolvimento para aqueles que mais precisam.
RC) Sobre governança, nos fale sobre esse importante pilar da ESG
A governança é o alicerce sobre o qual os outros dois pilares se sustentam. Transparência, ética e responsabilidade são cruciais para garantir que as práticas de ESG sejam mais do que apenas jargões corporativos. Políticas públicas que incentivam a governança responsável asseguram que as empresas permaneçam responsáveis não apenas perante seus acionistas, mas também perante a sociedade em geral.
(RC) Por que é tão importante que as em-presas reconheçam as práticas de ESG?
Enquanto o mundo enfrenta desafios sem precedentes, a integração de políticas públicas e práticas de ESG é mais crucial do que nunca. As empresas que adotam esses princípios não apenas solidificam sua posição no mercado, mas também contribuem para a construção de um futuro mais sustentável e inclusivo para todos.
*“Who Cares Wins” (“Ganha quem se importa”, em tradução livre).