Aumento do consumo de pornografia preocupa especialistas

Psicóloga revela como o hábito frequente em usar o material afeta o cérebro e a vida sexual

Aumento do consumo de pornografia preocupa especialistas

Atualmente a pornografia é uma indústria bilionária, movimenta um quinto de todas as buscas realizadas em celulares. O avanço do acesso aos conteúdos pornográficos está ligado à evolução tecnológica e das mídias. “Antes da internet, o material sexual mais amplamente disponível consistia de revistas com nudez (quase sempre feminina) e fitas VHS alugadas em videolocadoras, ambas com restrição de comercialização para menores de 18 anos”, lembra a psicóloga e sexóloga, Sônia Eustáquia.

O aumento da velocidade de banda larga no mundo a partir do fim dos anos 2000 e a popularização do smartphone impulsionaram a quantidade e a variedade de pornô consumido, além de ter tornado mais fácil o acesso ao conteúdo. “Há pouco controle de verificação de idade para visitar sites de conteúdo explícito”, justifica.

Vício

A facilidade em acessar a pornografia contribui para o aumento do vicio em relação à utilização desse material. “Assim como o consumo compulsivo de comida, celular, redes sociais, entre outros campos, a pornografia também é um atrativo nessa dinâmica determinada por descargas de dopamina, um neurotransmisssor central em atividades do cérebro ligadas a recompensa e prazer”, explica a psicóloga.

Tentar recriar repetidamente uma sensação de prazer pode diminuir a sua intensidade com o tempo. “É aí que funciona a analogia com o vício em drogas: surge a busca por doses mais fortes”, afirma.

Outro ponto preocupante é o uso de imagens de menores de idade. “Pessoas estão vendendo ou induzindo crianças e adolescentes a comercializarem suas fotos na internet, o que acaba expondo e prejudicando o desenvolvimento delas”, alerta.

Tratamento

Janeiro é destinado à conscientização da saúde mental, intitulado Janeiro Branco. Assim como qualquer outro vicio, o da pornografia também possui tratamento. “No âmbito da psicologia, a terapia comportamental pode ser uma grande aliada para o tratamento do vício em pornografia. Essa abordagem terapêutica encontra formas eficazes com o cliente para abandonar o vício. Isso é feito a partir do desenvolvimento de  habilidades sociais, aprendizagem  de novas fontes de prazer existentes, criação de metas e táticas de autocontrole”, sugere Sônia.

O primeiro passo é a pessoa entender que sofre com o vício, procurar ajuda e saber que não está sozinho nessa caminhada. “As pessoas que desenvolveram vício em pornografia podem buscar tratamento, assim como os pais e responsáveis que percebem uma frequência de acesso a sites pornográficos pelo jovem.  O apoio familiar e dos amigos é indispensável”, finaliza.

Fonte: Sônia Eustáquia é graduada em Psicologia, Psicanalista, pós-graduada em Neuropsicologia, Sexualidade Humana e Docência do Ensino Superior, a psicóloga Sônia Eustáquia atende em Belo Horizonte promovendo saúde e qualidade de vida aos seus pacientes. Tem formação em Terapia Ericksoniana, especializada no Atendimento Breve individual e de casais, colunista em Revistas e Rádios, Professora e Palestrante.

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