As reflexões deixadas por Carolina Ignarra na Virada ODS

CEO do Grupo Talento Incluir emociona ao compartilhar experiências pessoais e conscientiza sobre a importância de não decidir pelas pessoas com deficiência

A Virada ODS, movimento global para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, revisitou a importância da inclusão e acessibilidade durante a palestra proferida por Carolina Ignorar, CEO e fundadora do Grupo Talento Incluir. O evento reforçou a necessidade de combater a discriminação e promover a inclusão de pessoas neurodiversas em busca de um futuro mais justo e sustentável.

Durante sua participação, Carolina Ignarra compartilhou sua experiência pessoal, enfatizando a necessidade de reflexão e mudança por parte de pessoas jurídicas e físicas para promover uma verdadeira inclusão e acessibilidade, abandonando posturas capacitistas, entre elas, a prática de tomar decisões pela pessoa com deficiência.

Embora Carolina reconheça ser privilegiada por ter acesso a uma educação de qualidade, ela ressaltou que as escolas ainda segregam crianças com deficiência, limitando-as a atividades isoladas na biblioteca, por exemplo, enquanto seus colegas participam de atividades físicas. Carolina questionou a falta de compreensão dessas instituições em relação à importância da integração e socialização para o desenvolvimento dessas crianças como adultos conscientes e funcionais.

A CEO conta que, após sua graduação, um acidente mudou sua trajetória, trazendo momentos de angústia. No trabalho, encontrou uma nova oportunidade pós-acidente: encorajada por sua gestora, ela hesitou inicialmente, mas em menos de três meses, estava ativa novamente. Carolina ressaltou a importância da socialização no ambiente profissional para o desenvolvimento e desempenho das pessoas com deficiência. Ao incluí-las nesses contextos, não apenas fomentamos a diversidade, mas também permitimos que elas sejam protagonistas de suas próprias jornadas e contribuam de maneira significativa para as organizações. Embora não tenha vivenciado a deficiência durante o período de escolar e acadêmico, ela sensibilizou a plateia ao partilhar sua experiência ao reencontrar colegas que a conheceram antes do acidente que resultou na deficiência. Destacou a necessidade de fornecer oportunidades e diálogo, a fim de abordar e superar as lacunas comportamentais resultantes de uma sociedade segregada.

Esta experiência embaraçosa durante a celebração de sua formatura de ex-alunos, já sendo adulta. Ao participar do evento com seus colegas, que não a conheceram com a deficiência física, ela foi segregada do grupo devido à falta de acessibilidade no espaço. Sem uma rampa de acesso disponível, precisou contar com a ajuda dos bombeiros para ser carregada e subir a escadaria antes de seus colegas, chamando a atenção de todos os presentes. Sem ter o direito ou a oportunidade de opinar como desejava ingressar no evento. Carolina ficou indignada com o fato da organização não ter questionado previamente sobre questões voltadas a acessibilidade, e pesou, sobretudo, o constrangimento. E deixou a provocação: se ela, uma mulher adulta, emancipada, engajada, com autoridade quando a pauta é inclusão, lida com este tipo de situação, imagina as demais.

Finalizando, destacou a importância das instituições se questionarem sobre o caminho desejado pelas pessoas com deficiência, incentivando seu protagonismo e eliminando barreiras físicas e atitudinais para um ambiente verdadeiramente inclusivo.

Carolina desafiou as instituições e seus indivíduos a abandonarem práticas capacitistas e a se prepararem para acolher e valorizar a diversidade, permitindo que cada indivíduo desenvolva seu potencial e contribua significativamente para a sociedade.

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