Ano Novo, Vida Nova

É o momento de deixar as nossas sombras no velho e permitir que a nossa luz, mesmo tímida e sem muita força ou confiança, venha à tona neste ano novo. 

Ano Novo, Vida Nova

Ano novo, vida nova! É o momento de deixar as nossas sombras no velho e permitir que a nossa luz, mesmo tímida e sem muita força ou confiança, venha à tona neste ano novo. 

Estamos prestes a passar por mais um ano de conquistas, desafios e muitas incertezas. Digo isso em função desses últimos dois anos que todos nós, no planeta Terra, passamos. Mas o que aprendemos nesse período?

Aprendemos que temos muita força, afinal, nos reinventamos e percebemos o quanto ainda não tínhamos usado toda a nossa criatividade para o nosso próprio bem.  Juntos, descobrimos a capacidade de realização que, por algum motivo, não havia sido utilizada.

Lógico que, sobretudo, durante o tradicional processo reflexivo notamos, com clareza, os grandes contrastes dentro de nós, além dos encontros e desencontros que recebemos nesse período, no entanto, é preciso ir adiante a fim de evoluirmos em nossa incrível capacidade de nos tornar cada vez mais humanos.

Mas o que podemos fazer com as pedras pelo caminho? Lógico que é preciso tirá-las da nossa estrada e, de alguma maneira, descobrir uma fórmula para resolver desafios e dificuldades, passar por cima delas e fazer de conta que nunca existiram não é um bom caminho. 

E se acaso a pedra for maior do que eu? No fundo, no fundo sabemos que tudo, absolutamente tudo, que recebemos na forma de desafios ou presentes é questão de merecimento, e tudo está certo e bem. Tudo é do nosso tamanho! 

Não se trata, aqui, apenas de julgar o quão é difícil realizar o que a gente realmente deseja, mas sim de saber como lidar com as dificuldades, esse é o grande barato, o grande desafio de descobrir que no meio de nós, dos nossos defeitos, inseguranças e tormentos, sempre encontraremos aquela saída, aquela possível saída. 

Indagações como “nossa eu não vou conseguir”; “o problema é muito difícil”; “eu não vou superar”; “eu estou muito doente” são, na verdade, lutas constantes de fugas que ativam, com certeza, projeções indevidas ao nosso redor.

Falar das nossas dificuldades é também uma forma de ativar, de modo inconsciente, nossos projetos arquétipos sombrios, cuja personalidade humana sempre busca por uma solução ou por um distanciamento. Carl Gustav Jung nos orientava da seguinte maneira: “Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas exatamente por tornar consciente a sua própria escuridão”. Sabe o que ele está dizendo? A vida vai tomando o seu corpo e trocando a sua ordem para conseguirmos lapidar as nossas potencialidades, de acordo com a escuridão que nos está vindo. É aí que a personalidade se torna dinâmica e frutuosa, capaz de compreender os limites da capacidade. 

Saber que vamos sair da escuridão ao tomar consciência da situação já é uma grande possibilidade. É de suma importância compreender que cada parte dos acontecimentos, que chegam em nossa vida, são fundamentais, pois só assim, por meio deles, é possível entender a mensagem do universo e tomar coragem para enxergar os próprios limites. Eu mereço tudo, absolutamente tudo, que acontece, do bom e do pior, para minha evolução.

O caos, os desafios sempre foram bem-vindos. Eu sempre digo isso nas minhas palestras, nos cursos, nos meus atendimentos: “O caos sempre é bem-vindo”. Os desafios, os obstáculos, as doenças, as dores e os sofrimentos, sejam eles em quais níveis forem, são bem-vindos. Nós, seres humanos, temos uma enorme capacidade de sempre, com muita rapidez, entrar em zona de conforto e impedir a nossa evolução. 

Ao escrever esse artigo e colocar nele essa questão de “ano novo, vida nova”, a primeira coisa que me veio à mente foi a figura do yin e yang, composta de dois pedaços, um claro e outro escuro, que se completam. Cada qual com a sua beleza, mas com a firmeza de estarem juntos e formarem uma única figura.

Se não existir o mal, o bem também não existe. Nunca existirá apenas um lado, a moeda tem dois lados e esse é o desafio de todos os anos:  “ano novo, vida nova! ” O que eu ainda tenho que aprender?

Mas, e se eu não souber utilizar os dois lados da moeda? Tudo bem! Ao adquirir essa capacidade de sabê-lo usar, eu conquisto também o meu equilíbrio. Seja ele espiritual, mental, energético, financeiro, afetivo, físico, entre outros, assim ficamos menos doentes. Isso é ser humano. 

Talvez, em determinado momento, você acreditou que estivesse longe de encontrar a resposta para os problemas, isso acontece, justamente, porque você mesmo provocou e projetou muita luz às suas sombras, o que Jung chamava de aspectos de sombras. Talvez, você estivesse exagerando e estava, com certeza, exacerbando a sua visão do problema. 

Eu acredito, verdadeiramente, que precisamos ir ao encontro das nossas sombras. Não tenha dúvidas de que enfrentá-las é ser capaz de arrancar grandes lições e construir, progressivamente, o nosso lado iluminado a saber, de modo inconsciente, que tudo vai se acomodando. Ou seja, na maioria das vezes, sem a ação dos nossos controles conscientes ou desejados, resolvemos muito mais as coisas.

Faça Pausas

É muito interessante você se permitir fazer pausas, pois elas trazem a possibilidade de quietude. Em silêncio escutamos melhor a própria intenção. Silencie a sua alma, às vezes, é imprescindível criarmos mecanismos de defesa para aumentarmos, de verdade, a potencialidade dos arquétipos das sombras. Geralmente, o ser humano, aumenta muito esses mecanismos de defesa para continuar nas sombras. 

Com a chegada do ano novo, pensamentos como “ eu quero ter um ano diferente”; “estou cansada de sofrer”; “estou cansada dessa mesmice”; “eu estou cansada de limites, de tudo tão pouco e limitado”, se tornam recorrentes. Mas, para alcançarmos coisas diferentes é preciso fazer coisas diferentes como, por exemplo, adquirir um novo aprendizado, ler mais artigos, ler coisas mais positivas para saber como expandir a consciência, assistir filmes positivos ou que transmitam lições diferenciadas daquelas que ainda não havíamos percebido. Mas, principalmente, o que mais ajudará, e o que é também o meu convite para você neste ano novo, é silenciar mais, fazer mais pausas e aquietar mais a sua alma, fique mais em silêncio. 

Em silêncio você adquire o hábito de perceber o quanto você pensa e como tantos pensamentos podem atrapalhar a chegada de novas ideias.  As pausas possibilitam trabalharmos melhor a expansão da consciência, nos trazem novas ideias e diminuem os mecanismos de defesa.

Ano novo, vida nova! O ano novo vem aí e com ele também chegam 365 novas possibilidades e oportunidades de criarmos mecanismos de aprendizado, de olhar para os nossos complexos e promover o nosso desenvolvimento.  

Desejo a você um excelente 2022, em que um possa ajudar o outro. Paz profunda!

Por Norma Acquaviva – Psicanalista Junguiana, Consciencióloga, Astróloga

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