Quando escutei essa frase pela primeira vez pensei: ah é mais fácil pra sociedade culpar quem não tem escolha né?
Mas depois de pensar bem, faz muito sentido.
A culpa é sempre da mãe. Pois somos nós que sentimos a dor da culpa de deixar as crianças para trabalhar, para estudar, para ter um tempo livre com amigos, para fazer as unhas ou para viajar por alguma necessidade.
A culpa que sentimos é algo quase incontrolável e por mais que a gente tenha anos e anos de terapia, lá no fundinho do coração, um aperto selvagem de proteção faz a gente saber que a culpa está lá escondida perturbando nossa mente.
E é por isso que digo que ser mãe empreendedora é para as fortes. Não é qualquer mulher que consegue. E tudo bem.
Saber lidar com esse sentimento de culpa e ainda conseguir gerir um negócio é algo quase que inimaginável. Controlar todas as emoções, angústias e ainda ser capaz de raciocinar de forma clara para construir estratégias para o sucesso do trabalho é uma vitória diária.
Cada mulher tem uma capacidade diferente e isso que torna esse gênero tão poderoso.
Eu, por exemplo, não tenho condições emocionais para ser mãe a tempo inteiro. Eu admiro muito quem tem essa capacidade, mas para mim não dá. Preciso ter outra atividade em que me sinta importante para o mundo além de criar um filho. E isso não me faz amar menos eles. Na realidade acredito que ter essa consciência me faz ser uma mãe ainda melhor.
Para mim funciona de um jeito diferente dependendo da semana do mês, como se eu obedecesse o ciclo da lua. Sou muito criativa, independente e certa do que estou a fazer quando estou ovulando. Sou insegura e cheia de culpa quando estou alguns dias antes do período.
Mas com a consciência que minha mente e meu coração funcionam desse jeito, passei a entender melhor os momentos em que vivia. Sendo assim, concentro toda a minha energia empreendedora para a época que preciso criar. E deixo os outros dias para gerir de forma mais leve. Mesmo assim, ainda tenho que aprender a me libertar da culpa quando decidir passar o dia sem fazer nada e aproveitar o “dolce far niente” que a vida empreendedora me oferece.
É impossível controlar todos os meus hormônios e as minhas variações de humor, e que bom que não consigo. Meu corpo de mulher me permite ter várias fases diferentes para ter sucesso em tudo o que faço.
Então, entrega uma bússola para seu coração e segue o caminho que deseja para alcançar o melhor equilíbrio entre ser a melhor mãe de sempre e a melhor profissional da área do seu negócio. E se alguém te perguntar como faz isso só responde: A culpa é sempre da mãe.
(Maruja)