São poucos aqueles que sabem as identificar, e, muito embora alguns as ignorem, o fato é que elas existem, mesmo quando invisíveis aos olhos.
Basta olhar ao redor para se deparar com situações corriqueiras do dia a dia como, por exemplo, alguém que, em uma fila de espera, mesmo que aparentemente bem, passa na frente para ser atendida. Nesses casos, a reação mais comum é se perguntar: por que alguém fisicamente sadia tem tal “privilégio”?
As deficiências invisíveis causam danos silenciosos, dolorosos e até fatais, tanto para seus portadores quanto para pessoas do convívio, como familiares e amigos. E é justamente por não conseguirmos identificá-las que deixamos de praticar a empatia pela simples falta de informação acerca das deficiências invisíveis.
Mas afinal, o que são as “doenças invisíveis”?
As deficiências invisíveis são enfermidades que não podemos observar ou identificar em um primeiro momento, como o diabetes, o câncer, HIV /AIDS, entre outros.
As pessoas com deficiência invisível, por fora, até podem parecer absolutamente normais, mas por dentro, lutam incansavelmente contra os sinto-mas invisíveis.
Pessoas com transtornos mentais como depressão, transtorno bipolar e TDAH também fazem parte da lista de pessoas acometidas pelas deficiências invisíveis. Globalmente, 1 em cada 6 de nós, vive com alguma deficiência do tipo, o que representa, aproximadamente, 1.3 bilhão de pessoas.
Embora as deficiências invisíveis sejam capazes de dilacerar alguém, podendo inclusive ser fatais, o respeito, o amor, a atenção e o conhecimento sobre elas, podem ajudar tanto no tratamento quanto na qualidade de vida de quem tem uma doença invisível.
Prova disso é o Sunflower lanyars (cordão de girassóis), um distintivo ou cordão com um padrão de girassóis, usado por pessoas com deficiências ou necessidades especiais, especialmente deficiências ocultas, como autismo, transtorno de ansiedade, ou outras condições que podem não ser imediatamente visíveis. Ele serve como um sinal discreto para funcionários e outros passageiros de que a pessoa que o está usando pode precisar de assistência adicional ou de consideração especial em situações como viagens aéreas ou ao navegar por espaços públicos.
O Aeroporto de Gatwick, em Londres, Reino Unido, foi pioneiro na introdução desse sistema como uma forma de melhorar a experiência de viagem para pessoas com necessidades especiais e que, hoje, já faz parte da convenção internacional.
Mais do que meros privilégios de acesso, buscamos compreensão e respeito. É de suma importância que uma sociedade, que aspira à justiça, comece pela célula que aqui refiro como primordial e fundamental: a família. É crucial que os estigmas sejam reduzidos e que haja uma maior compreensão e empatia.
Os primeiros sinais de que algo não está bem devem ser percebidos por aqueles que estão mais próximos de nós, seguidos pelo apoio e respeito, pois as piores dores nem sempre se originam de feridas abertas que sangram, mas sim da falta de compreensão sobre as adversidades que carregamos, sejam elas físicas, mentais ou emocionais.