Porque a construção da nossa autoestima passa por desmerecer outras mulheres? Pistas para construir um lugar seguro de empoderamento.
Somos mulheres em construção, vivemos um momento lindo de resgate da nossa real identidade. Historicamente fomos nos deixando ser encaixotadas num ambiente de estímulo à rivalidade e da objetificação feminina. Vocês conhecem bem as caixas das santas, burras, histéricas, loucas, frágeis, devassas, donzelas, perfeitas, esquisitas e por aí vai…Todos estes rótulos foram formatando o nosso imaginário, isso foi sendo reforçado por séculos. Difícil amar-se quando, ao olharmos no espelho, não nos reconhecemos.
Nossa jornada de autoamor passa pelo autoconhecimento, isso é pessoal e dói, mas não precisa ser solitária. Ela começa ao entrarmos nesse mundo e logo percebemos que amar é arriscado, inevitavelmente vamos nos ferir, em seguida, vestimos nossa armadura. A dor de um trauma pode fazer com que, aos poucos, nos esqueçamos de quem nós somos. A questão é: a armadura nos impede, entre outras coisas, de nos vermos. Algumas mulheres, ao vestirem este pesado fardo de proteção, entram num processo de timidez extrema. Já outras, se tornam agressivas, num movimento bélico quase inconsciente. Nesse ponto do texto você já deve estar se identificando. Somos hábeis com a língua, nossa natureza relacional nos impele ao pertencimento, daí começa o paradoxo: desejamos ser amadas e nos sentirmos seguras, mas, porque continuamos a disparar dardos inflamados e julgadores? Passamos longe da empatia e cegas de dor, nos deleitamos no sombrio lugar da difamação e comparação.
Onde encontrar um ponto de união feminina seguro, um lugar de crescimento saudável, já que ainda encontramos resistência frente à diversidade feminina? Somos únicas, ao nos libertarmos das caixas, vamos nos descobrindo corajosas e belas. Porque rotulamos umas às outras? Esquecemos o quanto somos diferentes e o quanto isso é bom e enriquece nosso crescimento. Nosso lugar de presença plena nos leva ao nosso tão almejado protagonismo. Este caminho requer confiança nos nossos valores, sentimentos e habilidades. Nesse mundo rápido, caótico e repleto de gatilhos para ansiedade, somos, muitas vezes, sugadas e terminamos desistindo de nossos sonho, eu descobri que temos que encher nosso tanque de uma espécie de combustível, o meu tem grandes doses de entusiasmo e autoconfiança, o que para mim significa, acreditar nas minhas ideias, sabendo que sou um ser criativo. Acima de tudo, minha fonte está na fé que sou amada pelo meu Criador e Pai amoroso. Onde fica a sua fonte? Descubra! Após esta descoberta ajude outras mulheres a descobrirem também.
Acredito em pequenos passos para grandes mudanças! Nada jamais, fica parado. Estereotipar limita nossa capacidade de estabelecer conexão. Para isso acredito no poder dos grupos de encontros femininos, lugares e oportunidades de conhecermos e sermos conhecidas, de apoio mútuo. A rede social pode ser útil também, não se limite, ela é um lugar de alta conectividade, mas ainda assim, difícil de estabelecer laços empáticos onde o olhar atento capta a linguagem corporal, algo tão nosso. Escolha um lugar onde possa exercer o toque, o afago, o abraço que acolhe. Não existe nada mais empoderador para uma mulher do que estar num lugar seguro entre mulheres que se motivam e se desafiam com afeto. Estamos todas no mesmo barco na nossa vulnerabilidade humana. Por isso procure um grupo ou crie o seu. Te aconselho a dar esta chance ao coletivo feminino que está, aos poucos, aprendendo a se curar e se acolher de verdade.
A pergunta que fica, ao nos vermos armadas e doloridas, como nos desarmar? Ao abrirmos a boca para julgar alguém, olhe para si. Limpe o seu filtro, e perceba-se merecedora. Perdoe-se. Ame-se. Se desse lugar de dentro surgir amor, espalhe AMOR, se surgir dor, PARE, peça ajuda. Este movimento pode ser libertador. Experimente! Ele se chama SORORIDADE!
ADRIANA OLIVEIRA
Fotógrafa e agente de transformação feminina.
Entrem no meu universo de imagens, convido a acessar o www.adrianaoliveira.com e o instagram @adrianaphotografia