Com certeza, se você chegar próximo do significado, sentido e interpretação desta frase também irá se aproximar um pouco da fotógrafa, Camila Késia Leite Silva, que há 10 anos traduz almas e vivências, por meio de retratos únicos, ao implementar a cada clique o estilo de seus clientes.
Antes ela era modelo, ou seja, tem empatia com os seus fotografados, sabe o que uma pessoa sente, a sensação de desconforto em alguns momentos e de êxtase em outros durante um ensaio fotográfico. Com esta sensibilidade, ela, que sempre preferiu ser fotografada a ter que desfilar, sempre preferiu os estúdios do que as passarelas, criou gosto pelo ofício e desafio de produzir ensaios comerciais e hoje dedica maior parte do tempo ao corporativo, embora faça outros tipos de fotografia.
É importante destacar que no mercado de trabalho ou de negócios, a imagem é sine que non. Executivos, empreendedores, gestores, por exemplo, precisam comunicar a missão, visão e valores da empresa e neste contexto a sua própria imagem torna-se um cartão de visitas. Neste contexto, surge o aumento no investimento das fotografias profissionais com finalidade corporativa. Por meio das fotos é possível mostrar aos clientes qual produto ou serviço que esta pessoa física ou jurídica oferece. E como diz o ditado: uma imagem vale mais que mil palavras. É preciso lembrar que a exigência dos consumidores cresce de maneira vertiginosa e que para eles a primeira impressão é que fica e muitas vezes ela acontece nas redes sociais, ou seja, via fotografias.
Camila declara que “gosto da fotografia corporativa porque ela conta história da pessoa como ela chegou até onde está”. Portanto, o registro que faz das pessoas é, na verdade, uma contação de história da marca, mesmo que seja a marca pessoal, é o storytelling.“
E eu gosto de ouvir histórias, conhecer pessoas, todo mundo tem uma história de superação” afirma a fotógrafa que também tem a sua própria história e vivência, ela foi adotada, e prefere não detalhar as circunstâncias que culminaram na adoção. Mas, compartilha que os seus pais adotivos são negros e por isso passam por inúmeras situações de racismo. Ela segreda que veio a este mundo por meio da rejeição, fato que marcou a sua história, e hoje é mãe solo, desde a gestação é única responsável pela sua bebê, com esta conjuntura conseguimos compreende o que ela quer dizer com a frase: ostra feliz não faz pérola.
Para quem não sabe, o processo de formação das pérolas começa quando uma partícula estranha, um parasita ou um grão de areia entra no molusco. Como mecanismo de defesa, o molusco libera várias camadas de nácar para envolver o invasor. As pérolas resultam do acúmulo de nácar que em uma analogia pode ser entendido como os desafios, as tristezas desta vida.
O abandono levou Camila para o rumo certo, para uma família que entre tantas outras benesses como o amor e acolhimento, permitiu que ela fosse uma pessoa consciente quanto as questões sociais. A vida de modelo levou Camila até a fotografia e hoje histórias impares são retratadas. E esta jornada constituiu a mãe dedicada que a Camila se revelou, e neste caso não sabemos se a pérola é a criança ou se é a própria maternidade.