Fórum considerado o maior evento de Educação e Tecnologia da América Latina teve como tema central neste ano “Educação e Trabalho para Novos Futuros”.
Presente no evento, Juliana Frigerio, Co-fundadora e diretora Acadêmica da WorldEd School, em entrevista exclusiva para Rede Conexão Mulher durante a Bett Educar 2023, fala acerca da importância da cidadania global na formação dos alunos, na qual percebemos os cidadãos como pertencentes não apenas aos seus países, mas também a um mundo conectado pela internet, e essa percepção tem relevância principalmente para a formação de alunos preparados para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do mundo globalizado.
Desta forma, para impactar positivamente esse mundo em transformação, a educação desempenha um papel crucial. A fundação a qual faz parte, sediada na Holanda, foi criada com base nos princípios da ONU, abordando questões como fome, gênero, meio ambiente e governança. Juliana salientou ser necessário às organizações e docentes repensar a abordagem regional, incorporando a diversidade cultural e o conhecimento global nos currículos, valorizando o duplo diploma. A educação desempenha um papel crucial nesse processo, pois “é a base de tudo” e por meio de projetos e conexões globais, os alunos são preparados (e os docentes, desafiados) a contribuir na construção de uma nova cultura global, com normas e leis, visando um mundo menos agressivo e violento. A língua inglesa é vista como um canal de comunicação, mas a conectividade vai, além disso. A pandemia evidenciou a interconexão entre os países e áreas de conhecimento, questionando a separação entre disciplinas, como a medicina. Superar esses desafios requer uma mentalidade aberta, que reconheça a importância de uma educação globalmente conectada. Juliana aponta que as mudanças no setor acontecem de forma célere e faz-se crucial compreender e se adaptar às transformações em curso, assim como ocorreu durante a Revolução Industrial. Quem não se adapta, se torna obsoleto para o mundo globalizado. Muitos países ainda não compreendem completamente as implicações desse novo cenário e o papel deles na educação de seus filhos em relação à tecnologia.
Outro assunto que veio à baila foram os episódios de violência no contexto educacional em diferentes localidades e situações sociais. Juliana destacou que esse é um problema global, enfatizando a importância de refletir sobre como resolver essa questão e como as pessoas em todo o mundo, estão lidando com isso. “É necessário repensar globalmente e buscar formas de proteção, coleta de informações e prevenção de ocorrências não apenas de violência, mas também de impactos ambientais e mudanças econômicas significativas. A família, o aluno e o professor devem trabalhar com uma mentalidade voltada para o futuro, buscando formas de impactar positivamente suas vidas e se preparar para os desafios.” Destacou também a colaboração com instituições e a busca por ferramentas para melhorar nesse sentido.
A profissional respondeu às perguntas abordando a valorização do conceito regional e a importância de revitalizar o espaço global e valorizar o local, ressaltando que, mesmo em comunidades regionais, é essencial entender que as pessoas fazem parte da comunidade global por meio do acesso à internet. Através da educação, é possível mostrar as oportunidades e capacitar as pessoas para empreender e impactar o mundo. Pontuou que a mentalidade global não faz parte da cultura brasileira e destacou a necessidade de superar barreiras linguísticas e pensar globalmente, citando o exemplo da China. Juliana ressaltou a importância da educação, dos projetos e das conexões para que as pessoas se vejam como capazes de realizar e se projetar globalmente.
A entrevistada destacou que a educação é a base de tudo e ressaltou a importância das feiras de educação, sugerindo a realização de um Summit, onde líderes de instituições educacionais pudessem se reunir e buscar soluções que impactassem o país e o mundo, envolvendo tanto o setor público quanto o privado. Ela mencionou a diversidade de ideias e soluções apresentadas na feira e expressou o desejo de envolver não apenas os educadores, mas também os pais, para poderem ter acesso a tudo o que as escolas estão oferecendo para seus filhos.
Quando questionada sobre a relevância da educação para os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), enfatizou que a educação é fundamental para promover melhorias, inclusão e soluções para problemas como fome e meio ambiente, frisando que a compreensão e o estudo são essenciais para a inclusão e a educação global é necessária para que países entendam as realidades uns dos outros. Ela também mencionou que as migrações e desequilíbrios populacionais impactam sistemas estruturados e reforçou a conexão entre a educação e o alcance das metas globais.