A difícil batalha de se dividir entre operação e gestão no seu negócio
Se você está dedicada à operação do seu negócio, quem está pensando em resultado e estratégias de crescimento?
Se você tem um negócio, provavelmente já trabalhou no segmento em alguma fase da vida, estudou sobre sua área de atuação ou entende que esse é um negócio promissor.
No começo, a gente acha que é só aplicar o que já sabemos ou ouvimos falar que funciona e está tudo certo. Mas com o tempo, percebemos que não é bem assim! Como todo novo projeto, os desafios são muitos! É fornecedor para pesquisar, cliente para prospectar, equipe para contratar, agenda para gerenciar… são tantos verbos, que a gente até respira fundo! Além das pequenas coisas do dia a dia: internet que não funciona, infiltração que apareceu na parede, cafeteira que queimou, e por aí vai.
E aí vem aquela pedra no sapato de toda empreendedora, que por diversas vezes fica ali durante anos e a gente sabe do problema, mas não consegue encontrar a solução: como conseguir se desvencilhar do operacional, sair um pouco do dia a dia que nos consome, para começar a pensar em estratégia e crescimento? Como conseguir se dedicar de fato à gestão do seu negócio?
É, minhas amigas, eu sei que não é fácil. Também tenho a minha própria empresa e, assim como vocês, sei da dificuldade em sair do operacional. Mas sei também como uma mudança da nossa postura e, consequentemente, da nossa visão impacta diretamente no rumo dos nossos negócios.
Esses dias eu li um twitter que dizia o seguinte: eu sei que a prática de exercícios físicos vai me trazer mais ânimo e disposição. Mas, para começar a me exercitar, eu preciso antes ter ânimo e disposição. E aí, como começar? É como fazer aquela pergunta: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? E aí eu vou falar a realidade, nua, crua e dolorida, que é seguinte: dar o primeiro passo é sofrido mesmo! Mas depois que você começa, as coisas passam a fluir com mais naturalidade e tudo passa a ter mais sentido. Por isso: só vai. Começa!! Com pouco tempo mesmo, uma coisa por vez. Que a partir do momento que você sentir os resultados, os próximos passos serão mais fáceis.
Vou te dar o exemplo de uma pizzaria: a dona do negócio pode ficar tomada pelas pequenas demandas do dia a dia, como geladeira que não gela o suficiente, ar condicionado com problema, correr para comprar muçarela no supermercado porque o fornecedor atrasou, e por aí vai. Ou ela pode tomar uma decisão: treinar alguém do time ou contratar uma nova pessoa e DELEGAR parte dessas funções operacionais para, a partir daí, começar a atuar em atividades estratégicas do negócio. E se sua equipe já estiver 100% ocupada, você não tiver orçamento para contratar alguém e se o resultado do seu negócio não estiver aparecendo: esse é mais um forte sinal de que você precisa assumir a gestão da sua empresa. Pois se você não guiar o seu negócio para onde entende que ele deva ir, alguém fará isso por você (as circunstâncias, seus clientes, o mercado ou ela mesma, a concorrência).
A partir do momento que a mesma dona da pizzaria consegue começar a atuar de fato como empresária, ela vai entender se o preço cobrado pelos seus produtos realmente dá resultado, qual deve ser a meta de lucro e, consequentemente, de vendas do seu negócio. Ela também vai perceber que o seu cardápio não deve ser uma lista com preços, mas sim algo que tenha estratégia por trás: a forma como seus produtos são ofertados afeta sim na venda, e muito! Ela vai entender que não faz sentido ter uma única entrada que utiliza um ingrediente específico, e que é possível ofertar pratos mais inteligentes (por exemplo, uma entrada que utilize ingredientes que também fazem parte das pizzas principais). Ela também vai conseguir elaborar um plano de compras, com frequência e fornecedores pré-definidos. E claro, um dos pontos mais importantes: ela vai passar a pensar em formas de entregar mais valor para seus clientes! Pequenos detalhes, mas que fazem toda a diferença: ter um jogo americano que seja uma extensão da proposta da pizzaria, uma música ambiente que torne aquele momento mais agradável, ou colocar o nome do cliente e uma mensagem nas embalagens do delivery. E por fim: ela vai passar a ter tempo de realizar reuniões de gestão com sua equipe, definir e acompanhar metas, e perceber e analisar outras ocorrências do dia a dia que antes, passavam despercebido (mas que ocorriam com muita frequência e geravam retrabalho). Enfim: ela vai conseguir se dedicar a estratégias de venda, precificação e gestão do seu negócio! E com isso, vai ter mais clientes, mais resultado e mais tempo!
Percebem como isso é poderoso e realmente gera resultados? É claro que uma hora ou outra vai ser necessário pegar o extintor de incêndio para resolver problemas que surgirem! Mas pensa que esse não deve ser seu principal (ou único) instrumento de trabalho.
Portanto, se perceba como empreendedora e empresária, e não mais como funcionária do seu próprio negócio! Alguém que pensa em gestão, estratégia e crescimento consciente! Não é fácil, mas é necessário. A partir daí, tudo passa a fazer mais sentido: inclusive o seu próprio negócio e o motivo de você estar aí onde está hoje.
E vamos em frente! Dia a dia, passo a passo. Sempre em movimento!
Por Débora Freire
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Uma resposta
Maravilhoso artigo